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  • Aniké Pellegrini

Por que fazer body balance se posso fazer yoga kemética?


No começo do ano passado, quando eu frequentava academia mas não curtia aparelhos de ginástica, eu fui apresentada ao “body balance” ou “body flow”, uma atividade física que mescla tai chi, yoga e pilates. Parece delicioso e sim, é delicioso. Por mais que seja acompanhado, na maioria das vezes, por músicas frenéticas, trabalha fluxos de movimentos que se interligam, alongam, aquecem o corpo e nos ajudam a desenvolver consciência corporal.


Foi delicioso o tempo que pratiquei body balance, me ajudou a encontrar prazer dentro de uma academia típica! Mas quando tive contato com a YOGA KEMÉTICA, me encontrei em exercícios que também são interligados, nos alongam e aquecem, mas que possuem um diferencial: nos reaproximam de energias ancestrais. Foi quando eu entrei no complexo: Por que eu faço body balance se posso fazer yoga kemética?


Extraída diretamente dos hieróglifos presentes nas pirâmides egípcias (o que é incrível), a yoga kemética, também conhecida como ioga egípcia, é uma prática, filosofia e ciência milenar, que sempre objetivou a busca por iluminação e conexão com nossos ancestrais. Depois que conheci e experimentei, não fez mais sentido, voltar para as práticas ocidentais da yoga.


O conceito “alcançar iluminação através da yoga e meditação” não se distancia do que a yoga indiana e ocidental trazem, porque o movimento migratório do homem em direção à Ásia, teve origem na África. Isso significa que o homem que surgiu na região leste da África, passou pelo Egito, ou melhor, por Kemet, antes de alcançar a Índia. A yoga que temos popularizada, como muitos outros elementos culturais, possui origem africana!


Sendo assim, essa prática tão comercializada e que se tornou um sonho de consumo para muitas pessoas, passou por dois processos de colonização. Primeiro, teve alterações quando o homem africano alcançou a Índia, e depois, quando a mesma prática chegou nas américas.


Algumas posições continuam com o mesmo nome, como a Trikanasama (triângulo), outras ganham variações, do mesmo jeito que khepra pose (nome kemético) se tornou supta virasana (nome indiano) ou reclining hero (nome ocidental). Tiveram também posições que eram praticadas em Kemet, foram perdidas e ressurgiram, como a posição da imortalidade ou a pose maat.


KEMET é uma tradução de KM.T (hieróglifo egípcio escrito em medu neter), nome original do Antigo Egito, época dos faraós, e significa “Terra Negra”. Infelizmente, isso não chega a nós pela escola e por uma vantagem de acesso à informação, chegou a mim e posso compartilhar com vocês.


Por mais difícil que ainda seja acessar essa prática no Brasil (porque diferente do que temos com a yoga popularizada, não existem muitas vídeo-aulas, tão pouco em português), eu apresento a vocês que não conhecem e reforço aos que conhecem, para que o número de praticantes, mesmo que caseiros (tomem devidos cuidados) aumentem as nossas chances de recuperarmos cada vez mais essa prática.


Vale pontuar também que precisamos (comunidade negra) mirar em uma trajetória cada vez mais leve. Mesmo a evolução não sendo linear, considerando a exaustão e as feridas que o racismo nos gere, podemos tentar desenvolver um processo para transformar a nossa trajetória na terra e a yoga kemética pode ser nossa ferramenta.


Sonho que a gente fale cada vez mais a respeito, para que a produção de “conteúdos keméticos” tome maiores proporções. Inclusive, trouxe abaixo as minhas referências no assunto!







Páginas de pesquisas:

That Ankh Life - https://thatankhlife.com/

Afrokut - https://afrokut.com.br/

Kemetic Yoga - https://www.kemeticyoga.com/what-is-kemetic-yoga


Perfis

@solcrespo - www.instagram.com/solcrespo/

@kasademaat - https://www.instagram.com/kasademaat/

@brownstonewellness - https://www.instagram.com/brownstonewellness/

@anasou.a - https://www.instagram.com/anasou.a/

@returntokemet - https://www.instagram.com/returntokemet/

@isa_konga - https://www.instagram.com/isa_konga/

@sarahwes - https://www.instagram.com/sarahwes/

@afroyogabyangie - www.instagram.com/afroyogabyangie/

@yogamarginal - www.instagram.com/yogamarginal/


Espero que algum ponto desse texto eu tenha despertado em você o interesse por essa prática!


Texto originalmente publicado no blog do Clube da Preta em agosto de 2020

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